O suspense Número 23, que chega hoje aos cinemas brasileiros, traz a tela uma mistura que deve atrair o grande público: numerologia e mistério.
O roteiro é bom e prende a atenção, mas a tentativa exagerada, e em parte bem sucedida, de fazer o público sair paranóico do cinema - e eu duvido que, ao terminar o filme, você conseguirá não somar sua data de nascimento para conferir se o resultado é 23 - faz o longa escorregar do meio para o fim por parecer repetitivo.
Tudo começa quando o pacato Walter Sparrow ganha de sua esposa O Número 23, livro que conta a história do detetive Fingerling e seu envolvimento obsessivo com o numeral 23.
Atraído pelo livro e vendo muitas semelhanças entre os fatos contados no romance e sua vida, Sparrow também se deixa envolver pelo misterioso número e estabelece uma espécie de conexão entre o universo do livro e o "mundo real". A partir de então, o telespectador acompanha duas historias: do detetive Fingerling e de Walter.
No universo de Fingerling tudo é extremo: Sombras, brilhos e imagens distorcidas. A textura chega a lembrar, em alguns momentos, o que se viu em Sin City. O detetive, perdido na paranóia do 23, vai perdendo o controle sobre sua vida.
Tentando fugir do destino que o conto lhe impõe, Walter parte em busca do autor do romance e tenta aprender mais sobre a teoria que envolve o número. De forma inevitável, a fixação sobre o livro aumenta e acaba afetando o relacionamento de Sparrow com a família e o trabalho.
Com o desenvolver da narrativa, dá para torcer pelo carismático protagonista, que tem um final entre o surpreendente e o politicamente correto.
Por fim, Jim Carrey está muito bem e prova ser versátil. Pode ser que quando você disser a alguém que viu o seu último filme, esta lhe pergunte se foi engraçado ou se era uma comédia. Mas, aos poucos, o ator vai se livrando do rótulo de comediante.
No geral, Número 23 diverte e entrega o que promete. Vale conferir na tela grande.
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Marcadores: Cinema