quinta-feira, janeiro 11, 2007

Estréia desta sexta - 12/01 (2)


Ato Terrorista (The War Within) - EUA – 2005 – 90 MIN.

Gênero: Drama

Sinopse

ATO TERRORISTA conta a história de Hassan, um paquistanês estudante de engenharia em Paris, que é apreendido pelo serviço ocidental de inteligência, sob suspeita de praticar atos terroristas. Preso e torturado, Hassan é forçado a agir. Depois de solto, ele embarca em uma missão terrorista, entrando sorrateiramente nos EUA, para se juntar a uma célula com base em Nova York. Na manhã do ataque planejado, todos os membros da célula são presos, exceto Hassan e o carismático líder da célula, Khalid. Hassan encontra refúgio com Sayeed, um amigo de infância que não suspeita de nada e está vivendo o sonho americano com sua família em Nova Jersey. A cada dia que passa, Hassan se vê mais dividido entre suas crenças religiosas e seus sentimentos por Sayeed e sua família. Assim, observamos de forma tensa o desenrolar do profundo drama político e humano de Hassan, que tenta decidir se prossegue ou não com sua missão.

Diretor: Joseph Castelo

Elenco: Ayad Akhtar, Firdous Bamji, Nandana Sen, Sarita Choudhury, Charles Daniel Sandoval e Varun Sriram

Trailer



Resenha

Ciclo de medo e ódio

Movido pela indignação após os atentados terroristas em 11 de Setembro e Londres, o diretor Joseph Castelo decidiu filmar “Ato Terrorista”, longa que conta a história de Hassan (interpretado por Ayad Akhtar), um paquistanês que estuda em Paris e , sem motivo aparente, é capturado pela inteligência ocidental e deportado para seu país de origem como terrorista. Torturado e transformado pelo ódio, Hassan entra clandestinamente nos EUA e se une a uma célula terrorista em Nova Iorque.

A primeira vista, o filme parece não trazer nada de novo. Após o ataque ao “World Trade Center”, o cinema foi invadido por diversos longas com o tema terrorismo, como “AsTorres Gêmeas” e “Vôo United 93”. Quase tudo foi mostrado por diversos ângulos. Mas o que torna “Ato Terrorista” diferente, é o enfoque incomum oferecido ao telespectador. Desta vez, enxergamos os fatos pelos olhos de um terrorista.

Mesmo mantendo os holofotes sobre Hassan, a história contada não é um panfleto contra o governo norte-americano. A questão chave do filme está na angustia do protagonista: Quando chega nos EUA, Hassan é hospedado pelo seu amigo de infância Sayeed (Firdous Bamji), paquistanês que construiu uma família e conseguiu viver, mesmo com todo o preconceito existente, o Sonho Americano. Neste encontro de duas visões distintas, surgem as duvidas de Hassan, que começa a se dividir entre a família que o acolheu e seu real objetivo.

A trama se desenvolve bem e a mensagem mais significativa está subtendida na composição dos dois personagem principais:Hassan e os EUA. Da mesma forma que o medo levou a inteligência ocidental a capturar o paquistanês, sem razão alguma, como um terrorista, - e esse foi o primeiro passo para a transformação do muçulmano - o ódio extremo leva Hassan a ver toda América do norte como inimiga, ignorando a outra possibilidade, representada por Sayeed, e fechando um ciclo de medo e ódio . Ambos determinam uma caricatura única do oponente, esquecendo conseqüências e nuances.

Em entrevista, Joseph Castelo afirmou: “...o filme aponta o fato de que são os moderados que sofrem, de todas as formas. São as vítimas das bombas que sofrem, são os Muçulmanos moderados que sofrem, e acho que o filme aponta muito claramente nessa direção” . E nós saímos do cinema nos perguntando quando, ou aonde, isso vai acabar.
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